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Vencendo o preconceito: Tamara Bragagnolo é referência pilotando colheitadeiras e tratores na propriedade do pai, em Pedrinhas Paulista

A jovem Tamara Bragagnolo, de apenas 30 anos, está na espera do primeiro filho e, mesmo assim, segue ativa no trabalho das propriedades rurais, subindo em tratores e colheitadeiras. No início de seus trabalhos na roça, porém, seu pai duvidou de sua capacidade de atuação no campo. Mas com o tempo, Tamara conquistou não apenas a confiança e admiração de seu pai, o senhor Rosele Bragagnolo (mais conhecido como Paraguai) e de sua mãe, a dona Marlei Bragagnolo, mas também de seus amigos e amigas, além de outros familiares.

Atualmente, a confiança é tanta que Rosele está viajando a outros estados do Brasil, a trabalho, deixando sua propriedade nas mãos de Tamara e seu esposo Léo, enquanto tem a oportunidade de avançar em outras frentes de trabalho do Agronegócio.

Confira a seguir, um trecho do bate papo entre a equipe de reportagem da Folha de Pedrinhas e a agricultora pedrinhense Tamara Bragagnolo:

Folha de Pedrinhas (FP): Tamara, o Agronegócio é, hoje, algo que sustenta o nosso país. E, algum tempo atrás, as mulheres não tinham muito espaço nessa área, era uma presença muito tímida, muitas vezes apenas para acompanhar os maridos. Mas hoje é possível ver um crescimento muito grande da quantidade de mulheres no Agro, sendo você um dos resultados. Conte-nos: como foi o seu envolvimento com o Agro?

Tamara Bragagnolo (TB): “No final de 2016, eu me mudei de Toledo, onde fazia faculdade de direito, para Londrina. Embora eu não gostasse mais do curso, já tinha feito bastante dele, então achei melhor transferir para Londrina e terminar de uma vez, já que eu tinha só duas matérias para acabar. Conversei com o meu pai e ele achou melhor fazer isso mesmo. Pedi, então, a transferência. Só que nesse processo, ninguém sabe dizer até hoje o que houve, mas a faculdade perdeu alguns documentos, o que acarretou no trancamento da minha matrícula. Acho que foi a mão de Deus, porque isso fez com que eu ficasse 2017 inteiro sem estudar. Neste momento, resolvi ir para Pedrinhas Paulista para morar com os meus pais, na roça. O meu pai tinha somente um funcionário fixo e a safra de 2017 foi uma correria muito grande. Foi então que, em uma manhã em que um de seus ajudantes não pode ir, eu disse: ‘Pai, se o senhor quiser, eu te ajudo’. Ele foi resistente, falou que eu, na roça, mais atrapalharia do que ajudaria. Mas, quando deu meio-dia, ele parou em frente à nossa casa, buzinando, e disse: ‘Sobe logo nesse caminhão. Se você souber dirigir, quem vai puxar a soja vai ser você’. No caminho, ele foi me explicando algumas coisas, me orientou sobre como proceder dentro da cooperativa, todas as operações. Eu fiquei tensa, mas no mesmo dia eu fiz todos os processos por duas vezes.”

Confira a matéria completa na próxima edição impressa da Revista Mulheres do Agro.

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