O agronegócio não se traduz somente por um elo, um ângulo, uma visão. E é a partir desta premissa que a 8ª edição do Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio (CNMA) traz, em mais um ano, o Conselho de Conteúdo, formado por representantes de diversos setores, dentro e fora do agro brasileiro, que constituem uma curadoria diversificada, reunindo as tendências e anseios da área, promovendo conhecimento e gerando novas oportunidades.
O evento, que ocorre nos dias 25 e 26 de outubro, no Transamerica Expo Center, em São Paulo, tem como tema “Dobrar o Agro de tamanho com sustentabilidade: A Marca Brasileira” e, de acordo o professor, sócio-diretor da Biomarketing e curador de conteúdo do CNMA, José Luiz Tejon, “é uma visão totalmente estratégica que queremos dar, oferecendo ao País progresso, desenvolvimento, dentro das responsabilidades socioambientais, e que isso nos ajude na construção realmente de uma marca brasileira do agronegócio para o mundo.”
E é focando nessa construção cada vez mais presente, que o Conselho de Conteúdo desempenha um papel fundamental, visto que o agronegócio é um setor complexo, com diversas etapas e processos dentro e fora da porteira. “Por isso, o Conselho é tão plural, com diferentes visões, opiniões e conhecimento que agregam em nossas discussões e são fundamentais nas decisões dos temas e conteúdos das mesas e painéis apresentados no Congresso”, explica Tejon.
Além do curador, a formação é composta por outros nove profissionais: a presidente da Fundação André e Lúcia Maggi e do instituto Signativo, Belisa Maggi; o presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), Caio Carvalho; a diretora-executiva da ABAG, Gislaine Balbinot; o presidente-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA), João Dornellas; o membro do conselho da Coplacana (Cooperativa Agroindustrial), José Rossato; a diretora de comunicação da ABIA, Mariana Mantovani; a chefe de meio ambiente da Embrapa, Paula Packer; o ex-ministro do MAPA e atual Embaixador Especial da FAO para as cooperativas, Roberto Rodrigues e o vice-presidente do Sebrae, Tirso Meirelles.
Saúde emocional e mental em foco
Dentro dos debates no Conselho, um dos pontos trabalhados é a saúde emocional e mental das mulheres. Um assunto de extrema importância, que, aos poucos, tem sido abordado dentro do agronegócio.
Admiradora do desenvolvimento humano, Belisa Maggi é Presidente da Fundação André e Lúcia Maggi e do instituto Signativo, e um dos membros do Conselho, responsável por trazer, por meio do seu conhecimento, este olhar para o tema.
Com formação em desenvolvimento da primeira infância pela Universidade de Harvard e estudos contínuos sobre inteligência emocional, neurociência e comportamento humano, ela compartilha, primeiramente, sua visão sobre os diferenciais da mulher.
“A mulher tem, por natureza, o dom de nutrir, de acolher e isso fica muito perceptível na forma que atua para alcançar bons resultados dentro dos negócios. Por exemplo, se você observar uma fazenda liderada por uma mulher, ela certamente será muito bem cuidada, bem administrada, com uma gestão mais humanizada”, comenta.
Diante desse contexto, Belisa reforça a importância da saúde emocional e mental não somente para questões profissionais, mas também, e principalmente, para a vida como um todo. “Porque, para a mulher conseguir expressar seu potencial, ela precisa estar alinhada consigo mesmo, ou seja, consciente das suas emoções, de quem ela é, do que deseja deixar como legado.”
A Chefe de Meio Ambiente da Embrapa e membro do Conselho, Paula Packer, complementa a ideia e ressalta o papel fundamental do trabalho realizado. “A importância de se ter um Conselho é realmente para decidirmos, juntos, os temas mais relevantes e estratégicos a serem abordados, de uma forma que faça com que todas as mulheres retornem aos seus lares com novas perspectivas de mercado, para seus negócios e, especialmente, sobre elas mesmas.”
Como representante da Embrapa, Paula irá agregar, entre outros pontos, com uma visão voltada a informações e dados científicos. Mas, além disso, irá fomentar um movimento interno na instituição. Com a hashtag “mulheres que transformam o agro”, pretendem reunir mulheres líderes para o CNMA. “Queremos fazer um movimento paralelo sobre liderança, levando e agregando todo o potencial dessas mulheres ao evento”, diz.
A Diretora de Comunicação da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA), Marina Mantovani, também faz parte do Conselho e explica sobre as trocas de experiências e diálogos sobre a desafiadora jornada da comunicação sobre o setor produtivo de alimentos no Brasil.
“Como representante da ABIA, tenho a oportunidade de dividir informações e conhecimentos – sobre processamento de alimentos, inovação, boas práticas e sustentabilidade -, trazendo a indústria para o debate e para o conteúdo do Congresso. É um setor essencial para o Brasil e para o mundo, pois processa 58% de tudo o que é produzido no campo e garante a oferta de alimentos seguros e de qualidade, que não só abastecem a população brasileira como chegam a 190 países.”
Elas fazem – e são – a mudança
Para Tejon, as mudanças de ideias e cenários vêm ocorrendo de forma totalmente diferente nos dias atuais. “A velocidade da mudança é incomparável. Há anos atrás as mudanças ocorriam muito lentamente, as ideias se mantinham muito enraizadas. Atualmente, elas acontecem com mais rapidez e de diferentes formas.”
E, pensando, por exemplo, dentro dos próximos dez anos, o professor acredita que não será possível pensar em qualquer organização e atividade sem a presença da mulher. “Porque elas compõem o universo fundamental para um negócio bem-sucedido, seja ele qual for. Então, para o Congresso deste ano, espero que a grande mudança, a ‘virada de chave’ seja que, para o agro dobrar de tamanho, será necessária a força e presença feminina”, conclui.
Inscrições CNMA 2023
O evento é o maior da América Latina de mulheres do agro e, segundo a Gerente de Desenvolvimento e Novos Negócios no Transamerica Expo Center, Renata Camargo, “a parceria do Conselho de Conteúdo faz toda a diferença ao longo desses oito anos de história, pois, a partir disso, conseguimos sempre captar e transmitir às congressistas o que há de melhor, tanto no âmbito de mercado, inovações e negócios, como em questões emocionais e mentais.”
As inscrições para o CNMA podem ser realizadas pelo site do CNMA.