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Com olhos voltados para o futuro, irmãs Franciosi focam em transformar a Fazenda Alvorada em produtora de sementes de soja

A trajetória das irmãs Franciosi à frente da Fazenda Alvorada teve início há alguns anos. O desempenho das filhas do senhor Luiz Edino Franciosi começou a chamar a atenção e colocar a cidade de Mangueirinha/PR como destaque na produção de sementes de soja.
Atualmente, a fazenda já produz 60% da área em sementes de soja e a meta é que a porcentagem chegue a pelo menos 80%. As condições favoráveis do solo e do clima da região, aliados ao talento e à competência das produtoras rurais Ana e Edina, vêm transformando a propriedade em referência nessa prática.
O trabalho desenvolvido pelas irmãs é conduzido com os olhos voltados para o futuro e as inovações e novas tecnologias estão presentes cada vez na Fazenda Alvorada. A reportagem da Revista Agrícola conversou com as irmãs sobre o desafio de aumentar a produção na propriedade. Confira o bate-papo a seguir:

Revista Agrícola (RA): Como é a produção de soja para multiplicação?

Irmãs Franciosi (IF): “Produzir sementes é uma maneira de agregar valor aos grãos de soja, trigo e aveia, uma vez que devido ao clima uma segunda safra torna-se mais arriscada. Estamos localizadas numa região produtora de sementes por se tratar de um local com altitude aproximada de 1000 metros, com temperaturas amenas no verão.

RA: E quais as diferenças do manejo de uma soja normal para a produção de sementes de soja?

IF: “Entre as diferenças de manejo entre a soja para consumo e a semente de soja, destacamos que iniciam-se na definição das sementes que devem ter alto grau de pureza e categorias específicas para multiplicação.. Depois, os cuidados especiais desde a chegada dos cultivares na propriedade até a semeadura, para evitar que haja misturas de variedades. A limpeza das plantadeiras ao mudar de uma variedade para outra e a demarcação in loco e no mapa de cada campo de sementes também é vista com cuidado. Por fim, é necessário um cuidado maior com relação às doenças e pragas como, por exemplo, danos por percevejos, que podem perfurar vagens e grãos.

RA: Com relação à hora da colheita, quais cuidados são tomados?

IF: “Chegado o momento da colheita, se faz necessário uma série de cuidados para garantir a boa qualidade destes grãos que serão destinados à multiplicação. Não poderá ocorrer mistura de variedades de soja, para isso realizamos a colheita separadamente de cada campo de sementes. Antes de iniciar o próximo campo, deve- se realizar uma limpeza completa dos equipamentos como colheitadeiras e caminhões. A colheitadeira também deve estar regulada para colher grãos limpos e livres de dano mecânico. Tomamos ainda o cuidado de colher grãos na umidade adequada, algo em torno de 14%. A soja deve ser descarregada diretamente da colhedora para o caminhão, sem passar pela carreta graneleira. Além disso, é realizado o teste de tetrazólio antes do início da colheita de cada campo para determinar a viabilidade das sementes no quesito germinação e vigor. Quando a soja já está pronta, a colheita precisa ser realizada imediatamente, pois caso ocorra chuva com oscilações de umidade, a qualidade das sementes poderá ficar comprometida e o campo poderá ser desclassificado, destinando-se tais grãos para consumo. A produção de soja para multiplicação requer um manejo mais cuidadoso, detalhista, com métodos operacionais bem definidos e um bom treinamento da equipe de colaboradores.

RA: Por último, podemos dizer que a produção de sementes de soja beneficia a sustentabilidade?

IF: “Com certeza. Utilizamos práticas de sustentabilidade em toda área, seja na soja destinada ao consumo ou nos campos de sementes. Como exemplos, realizamos o manejo integrado de pragas, cobertura de solo no inverno com mix específicos para cada talhão, rotação de culturas, plantio direto e o uso correto dos recursos naturais.

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